A cataplana mora cá em casa há poucos meses. Há muito que constava na lista de desejos e (finalmente!) em Setembro o desejo foi concedido. Desde que chegou já foi usada para preparar os mais diversos pratos de carne e de peixe (alcatra, tamboril, atum, …) e o resultado final foi sempre muito saboroso.
Esta panela típica da região algarvia parece ter sido trazida para Portugal por influência árabe do Norte de África. Originalmente a cataplana era feita à base de cobre, mas hoje em dia já se encontram em aço-inox, mais adaptada aos fogões “modernos”. A sua forma, de duas panelas concâvas fechadas , permite-lhe uma cozedura através da circulação de vapor que realça os sabores de alimentos. Há até quem diga que a cataplana é uma “panela de pressão primitiva”! Cozinhar na cataplana torna-se prático, simples e rápido, porque se podem fazer pratos completos utilizando um único tacho. E admitamos é bom ter pouca louça para lavar, não é?
Com a ideia da cataplana ser uma “panela de pressão primitiva”, foi-se formando uma outra ideia para uma utilização pouco convencional da cataplana. Porque não usá-la para um “cozido à portuguesa”?
Sim, isto não é um verdadeiro cozido à portuguesa com todos os modos e preparos que lhe estão associados, mas como cá por casa somos só dois fazer um cozido parecia uma tarefa da qual iam resultar muitos tachos e comida para muitas refeições…
Assim, hoje não fica aqui uma receita completa, mas sim uma sugestão para um uso diferente da cataplana, utilizada para fazer um prato que nos aquece nestes dias de frio e chuva.
O nosso cozido levou entrecosto e chispe (que foram salgados no dia anterior), carne de vaca, galinha, chouriço de carne, chouriço de sangue, farinheira, couve portuguesa, couve lombarda, cenoura, abóbora, nabo e batata. Foi a cozinhar durante cerca de 1 hora na cataplana, com as carnes por baixo, seguidas dos legumes e os chouriços por cima. Um pouco de água no fundo e um pouco de sal (muito pouco, porque as carnes de porco e os chouriços já estão salgados) nos legumes. A meio do processo algum do caldo que se foi formando foi aproveitado para fazer um arroz. Estava tão bom!